Leitura de Cenário do Rio de Janeiro

À partir do Aglomerado da Rocinha


Por Marcelo Maia - Consultor de Segurança

Rocinha , um milhão e meio de metros quadrados de área de resistência. 

O aglomerado mais conhecido do Brasil, possui mais de cem mil habitantes. A maior favela da América latina localizada na Zona Sul do Rio.

Historia da Rocinha:

Vamos fazer uma viagem na História para tentar entender o anuncio desta semana pois , “aqueles que não conseguem lembrar o seu passado, estão condenados a repeti ló” . George Santayana

O cartaz com recompensa por informações que levem à prisão do traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, apontado como o chefe do tráfico na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio aumentou de R$ 30 mil para de R$ 50 mil. Whatssap : 21 988496099. 

O governo do estado da Bahia oferecia 50 contos de réis pela captura de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, também conhecido como “O Rei do Cangaço”. “A Tarde”, edição de 12 de junho de 1931) . Em 1932 houve outro, que oferecia o mesmo valor, cuja iniciativa partiu de uma perfumaria que tinha sede na carioquíssima Praça Tiradentes, em pleno centro do Rio de Janeiro, então Capital Federal. Oleone Coelho Fontes, no seu livro “Lampião na Bahia”. Nas páginas 198 a 207 (4ª edição). 

Verificou se estas autoridades de Estado procuravam muito mais a promoção midiática espetaculosa do que tentar realmente resolver o caso Lampião. Os poderosos do Rio passaram a cobrar uma ação mais efetiva das autoridades estaduais nordestinas e para efetuar a prisão do procurado Lampião. O sargento Bezerra, que comandou os policiais que neutralizaram Lampião em 1938, não foi ao Rio solicitar o prêmio.

Desda na década de trinta que as pessoas ficavam admiradas com a qualidade das frutas e dos legumes vendidos feira onde hoje fica a Praça Santos Dumont, na Gávea.. Os produtores diziam que eles vinham lá da sua ‘rocinha’, e apontavam para o alto da Gávea. Daí veio o nome” Rocinha. A comunidade da Rocinha de hoje que nos séculos XVIII e XIX era a Fazenda Quebra-Cangalha, uma verdadeira roça de plantação de hortaliças que abastecia a feira da praça Santos Dumont. 

Por que será que na região hoje da Rocinha tem muitos restaurantes de comida nordestina e feira de artigos nordestinos no Largo dos Boiadeiros?

É que em 1938, a Estrada da Gávea foi asfaltada . Neste ano Dorival Caymmi do PCB vem para o Rio e o Pernambucano João Francisco dos Santos vulgo Madame Satã saia da cadeia de Ilha Grande (Angra dos Reis) , por um homicídio de um policial em 1928. 

Nos anos 1950, houve um aumento de migração de nordestinos para o Rio de Janeiro, direcionando-se em parte para a Rocinha. Em março de 53 o nordestino alagoano Graciliano Ramos vai definitivamente para o RJ Estado que inspirou seu livro memórias de um cárcere por ter ficado preso em Ilha Grande, pois no Brasil Comunismo era crime. Em junho de 1956 o baiano Caymmi, agora morando em Copacabana, onde ganhou uma estatua com violão, registra a musica Maracangalha. Mesmo Stella Caymmi tendo escrito em seu livro o Mar e o Tempo”, Segundo a obra, a personagem da música, Anália, era a amante de Zezinho amigo de infância de Caymmi que sempre ia no Rio visita lo, entretanto sabe se que “ eu vou para maracangalha”, trazia alusão a rota de fuga dos perseguidos pela policia.


Nas décadas de 60 e 70, o governo assumiu o risco da convivência de criminosos comuns com presos políticos, na Ilha Grande. Isto resultou o nascimento do Comando Vermelho. 

A partir do momento em que os criminosos comuns passaram a conviver com guerrilheiros políticos, acabaram absorvendo a ideologia revolucionaria . Esse “descuido” modificou o cenário do Rio de Janeiro e SP com aparecimento da (guerrilha urbana) e cidades de seus imigrantes Nordestinos, que absolveram as facções cariocas (guerrilha rural), onde, antes, bandidos agiam sozinhos em ações desorganizadas e eram facilmente capturados.

Nas décadas de 1960 e de1970, uma nova onda de migração nordestina, agora devido aos projetos de abertura dos túneis Rebouças e Dois Irmãos, que contribuíram para uma maior oferta de empregos na região. Sabe se que muitas comunidades foram aglomeradas a partir de parentes de presos que se mudavam para a cidade da unidade prisional afim de assistir o familiar. Entretanto 14 anos depois nasceria o Artigo 103 da Lei nº 7.210 103. Com a diretriz que, “cada Comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.”

A Fazenda Quebra-Cangalha que hoje abriga uma área de resistência que foi noticia internacional desta semana, não lembra o nome maracangalha, "que trazia alusão a rota de fuga"?

No filme “A Dama do Lotação”, de 1978, dirigido por Neville d’Almeida e inspirado em um texto de Nelson Rodrigues, a personagem Solange (Sônia Braga) sempre pegava o ônibus 546 – que fazia o percurso Rocinha-Praça Santos Dumont.

Amigos dos Amigos: , A.D.A., é uma das três maiores facçoes criminosas do Rio de Janeiro . A facção surgiu em 1994. O nome original "Amigos dos Amigos" foi dado pela união do TC (Terceiro comando) com o traficante conhecido como Pintoso. 

A facção surgiu dentro dos presídios do Rio de Janeiro, entre 1994 a 1998, logo se aliando ao Terceiro Comando, para diminuir o poderio do Comando Vermelho. 

Em 11 de setembro de 2002, em uma rebelião no Complexo de Gericinó, Fernandinho Beira-Mar e seus comparsas mataram Uê e ameaçam Celsinho da Vila Vintém, que para escapar da morte, fingiu se aliar ao Comando Vermelho, sendo por isso acusado, por parte dos membros do Terceiro Comando, de traidor. Este fato decretou o fim do Terceiro Comando e a debandada de todos os seus membros, ou para a A.D.A., ou para o TCP. 

2004: já havia guerra entre o Morro da Rocinha e o Morro do Vidgal. Os moradores locais dizem que a guerra do Dudu e do Lulu. A facção passou a controlar a Rocinha, maior favela do Rio, após a guerra entre os traficantes Lulu e Dudu da Rocinha, ambos do CV. Sentindo-se traídos pela facção, o grupo de Lulu, neutralizado pela polícia após os confrontos, decidiu migrar para a A.D.A.


Origem do Morro do Vidigal
Vidigal tem uma história muito interessante e ligada a bairros nobres do Rio. Não se sabe ao certo quando a comunidade passou a levar o nome do ex-policial, contudo, relatos indicam que Miguel Nunes ganhou de presente de monges as terras onde hoje se encontra o Morro do Vidigal. A área virou a “Chácara do Vidigal”. 

2010 : Bandidos que estão em guerra hoje na Rocinha foram libertados da cadeia com autorização de Justiça. Entre eles a mulher de Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, o chefe do tráfico na favela, e oito criminosos de sua quadrilha. O desembargador liberou Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, o foco pela guerra hoje na Rocinha. Siro Darlan, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e membro da Associação Juízes para a democracia já havia sido responsável pela libertação de oito traficantes da quadrilha de Nem envolvidos na invasão em 2010 do Hotel Intercontinental, em São Conrado. 

13 de novembro de 2011: A Rocinha foi cenário de uma grande operação conduzida pelas Forças Armadas do Brasil e pelas polícias do estado. O objetivo foi a retomada do território das mãos dos traficantes de drogas, visando a preparar o terreno para a futura instalação da vigésima oitava Unidade de Polícia Pacificadora da cidade. Em 20 de Setembro de 2012, a comunidade passou a ser atendida pela 28° UPP com o efetivo de 700 policiais. A comunidade possui 80 câmeras de vigilância para ajudar os policiais na segurança da comunidade.

Danúbia de Souza Rangel foi presa em novembro de 2011, 12 dias após a ocupação da favela pelas forças de segurança do Rio. 

Como a policia chegou ate o Nem


04 nov 2011: A Polícia Civil do Rio prendeu na quinta-feira, 4, um homem suspeito de comprar materiais de uso militar e policial para equipar o traficante Francisco Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico de drogas da Favela da Rocinha. Michael Chaves da Silva, de 30 anos, é apontado como integrante da quadrilha de Nem, tinha acabado de adquirir materiais como coldres de pistola, bandoleiras de Fuzil Fal, calças táticas pretas, joelheiras, camisas pretas, coturnos militares e coletes táticos de uso policial. Silva estava no hotel com o bando de 157 que posteriormente foram liberados pelo desembargador.

A ex-primeira-dama da Rocinha ficou detida na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nem foi preso no dia 10 de novembro 2011, durante uma operação da polícia no entorno da favela, enquanto tentava fugir escondido em um porta-malas de um carro. A Rocinha foi ocupada no dia 13 de novembro 2011 pelas forças de segurança do Rio.

Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que chefiava o tráfico de drogas na Rocinha, foi preso no dia 10 Nov 20111, em uma abordagem policial. O traficante estava em Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, mas foi transferido no dia 19 para o Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Na manhã de quinta-feira, o traficante Robson Silva Alves Porto, apontado pela polícia como braço direito do Nem, foi preso por policiais civis em uma casa em Realengo, próximo à Vila Vintém.

Ela estava presa desde o dia 25 de novembro, quando policiais do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) a encontraram na Rocinha. Horas antes de ser presa, ela foi ouvida na ouvida na 15ª DP (Gávea). No mesmo dia, à noite, a chefe de Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, ordenou a prisão. Não havia nenhum mandato contra ela, apesar de ter sido investigada por cinco inquéritos. O único pedido de prisão foi revogado em 29 de julho de 2011. Mas, com a ordem de Martha, o delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto acabou por autuá-la com base em outras investigações.

Danúbia de Souza Rangel, mulher do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, foi libertada pela Justiça do Rio. O juiz Marcello de Sá Baptista, da 14ª Vara Criminal, entendeu não haver provas contra ela. Conhecida como a “xerifa” da Rocinha, Danúbia respondia por crime de associação para o tráfico, previsto no artigo 35 da Lei 11.343/2006. Uma das alegações do juiz na sentença foi de que o inquérito policial não reuniu provas suficientes para incriminar Danúbia.

Nem e Rogério haviam rompido os laços definitivamente no final do ano passado quando a ADA se aliou à facção paulista PCC. Em janeiro deste ano, 300 homens do bando pediram para sair da Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho. O grupo é ligado a Edmilson Ferreira dos Santos, o Sassá, antigo chefe da facção que está preso há 11 anos e cumpre pena em presídio federal. Sassá não apoiava a aliança com os paulistas, ao contrário de Nem e de outros chefes, como Celsinho da Vila Vintém.


AGOSTO DE 2017:Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, mandou, do presídio federal onde está preso em Rondônia, a ordem para que Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que lhe sucedeu no posto de chefe do tráfico, deixasse a favela. Ex-segurança pessoal de Nem, Rogério herdou o tráfico da Rocinha.

O homem designado por Nem para ocupar o posto mais alto da hierarquia do tráfico na favela era Ítalo de Jesus Campos, o Perninha era um de seus homens de confiança. Perninha e Rogério foram dois dos dez homens que participaram da invasão ao Hotel Intercontinental, em agosto de 2010, e fizeram reféns hóspedes e funcionários.

“Rogério 157 resistiu”

Março de 2014, a Polícia Federal já havia descoberto que Nem havia mandado uma ordem, através de sua mulher, Danúbia de Souza Rangel, para Rogério 157 ser expulso. Durante visitas ao marido, no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, ela recebia orientações e repassava ordens de Nem ao seu bando. Na ocasião, Danúbia foi presa.

UM INFORME CHEGOU PARA ROGERIO 157

Ele teria recebido a informação de que Perninha tomaria a favela a mando de Nem e reagiu. 

DIA 11 : ELE EXPULSOU ALIADOS DO NEM DA ROCINHA

A cúpula da facção Amigos dos Amigos (ADA) que domina a comunidade decidiu, então, se unir para expulsar Rogério da favela.

Em 13 de agosto: Três homens de confiança de Nem foram encontrados mortos num carro, na Estrada da Gávea. Ítalo e dois comparsas, Robson Silva, conhecido como 99, Wellington Nascimento, o Vasquinho foram executados e encontrados num Toyota Etios, num dos acessos da favela.

ROGERIO NÃO ESTA SOZINHO. uma aproximação entre Rogério 157 e Sassá. O objetivo seria manter o controle da Rocinha, mesmo sem O APOIO de Nem.

A invasão da Rocinha na manhã do último domingo aconteceu.

Domingo (17): Participaram da invasão traficantes do São Carlos, na Região Central do Rio, e da Vila Vintém, na Zona Oeste — todas, favelas dominadas pela mesma facção criminosa. O bando teria se reunido no São Carlos com traficantes expulsos da Rocinha e saído em comboio até a favela de São Conrado. Já na Rocinha, o grupo teria desembarcado na Autoestrada Lagoa-Barra e roubado carros de moradores para chegar à parte alta.

Os pontos Criticos onde houveram conflitos

1- MORTE : Um homem morre numa região conhecida como Largo das Motos
2- Dois deram entrada no Hospital Lourenço Jorge. De acordo com o comando da Unidade de Polícia Pacificadora, policiais socorreram um terceiro homem na Rua 3, que em seguida foi levado para a UPA da localidade.
3- UPA: Vídeo mostra funcionários deitados no chão para se protegerem dos tiros
4- Um guarnição da UPP foi atacada na Àpia
5- Bandidos roubam carros e passam na frente de dois veículos da polícia
6- METRÔ:Os acessos à estação ficaram fechados por 1h10m e TUNEL DOIS IRMAOS
7- Escolas fechadas, relatos de toque . 

Na ocasião, o movimento de advogados de chefes da facção no Presídio Jonas Lopes de Carvalho, unidade do Complexo de Gericinó que abriga os detentos da quadrilha, impressionou agentes penitenciários. Na unidade estão presos Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, e Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat.

Na segunda-feira, 18,:o porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, e o delegado-titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, admitiram que sabiam que poderia haver confronto entre traficantes na Rocinha no dia anterior. Blaz afirmou que a Polícia Militar não agiu com mais força para acabar com o confronto porque a intervenção poderia vitimar moradores. Já Ricardo acrescentou que não sabia que o confronto, que durou cinco horas, "seria desta proporção".

Na quarta-feira, 20: O governador do Rio afirmou que soube na madrugada do domingo que haveria confronto entre traficantes e pediu que a polícia não interviesse, o que causou polêmica.

Na quinta 21: Pezão e o ministro Jungmann haviam divulgado um acerto para retomar a ação das Forças Armadas, após divergências sobre que papel as tropas teriam. 

"Não vamos recuar dentro da Rocinha. É o quinto dia de operações. Ontem (quinta-feira, 21), descobrimos uma grande quantidade de armamento e drogas", afirmou Pezão, após dar palestra na Sessão Especial do Fórum Nacional, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio.

Segundo o governador, as forças de segurança do Estado, incluindo o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM), estão avançando numa região da Rocinha onde os traficantes se concentraram. Ou seja, vazou que as cinco da manha já havia blits e operação policial foi minada . "Temos certeza de que a reação que está ocorrendo no asfalto é por causa disso. Pedimos reforço embaixo para dar tranquilidade", afirmou o governador.

Na sexta-feira (22)

Às 5 horas : A Rocinha tiroteio desde Na manhã sexta-feira, 22. Conforme avisou o governador no dia anterior, desde às 5 horas, a Polícia Militar realiza uma grande operação na Rocinha, em busca do chefe do tráfico da região, Rogério Avelino, o Rogério 157 .

Às 8 horas: um grupo de menores incendiou um ônibus na subida da Avenida Niemeyer, em São Conrado, segundo a Polícia Militar. As chamas foram controladas sem ser necessário o acionamento do Corpo de Bombeiros para o local.

Uma granada foi lançada em direção a um carro policial, mas o artefato não explodiu. Luciano Monteiro Marques, 41, morador da comunidade, foi baleado e hospitalizado. 

Às 9h30: criminosos atacaram a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rua 2. Houve confronto, e um morador foi ferido e socorrido ao Hospital Miguel Couto. Os criminosos deram tiros a partir da área de mata acima do Túnel Zuzu Angel. Seus alvos eram as guarnições policiais que realizavam o cerco à comunidade. Os criminosos chegaram a jogar uma bomba contra policiais da UPP e do 23º Batalhão (Leblon). O artefato não explodiu, e o Esquadrão Anti-bombas da Polícia Civil foi acionado para o local.

Houve confrontos com os criminosos na área de mata. Há policiais do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na região. Todos os acessos da favela estão cercados pela polícia. Um veículo blindado dá apoio aos policiais. Por volta das 10 horas, a Estrada Lagoa-Barra foi interditada, em ambos os sentidos, assim como o túnel Rafael Mascarenhas.

Policiais do 23ºBPM (Leblon) reforçaram o policiamento nos arredores de São Conrado em função de devido a informações do setor de inteligência e do Disque Denúncia informando que menores teriam sido orientados por criminosos a atear fogo em ônibus. O objetivo seria a desviar atenção dos policiais do cerco da Rocinha.

Os colégios públicos e particulares que ficam na região fecharam. O Centro de Operações de trânsito avisou que “devido à operação policial, a recomendação é EVITAR a região e optar por vias de ligação entre a zona sul e a zona oeste, como o Alto da Boa Vista, a Linha Amarela ou a Estrada Grajaú-Jacarepaguá”. lançamento de uma Granada por uma das facçoes e morador hospitalizado

Com o agravamento da situação, o governo do Rio decidiu pedir a ajuda para as Forças Armadas cercarem a Rocinha, liberando a polícia para atuar dentro da favela. 

Sexta-feira, 12:30h: o governo do Estado do Rio de Janeiro reconhece que não tem meios de controlar a grave situação na Rocinha E COMUNICOU A IMPRENSA QUE POR VOLTA DAS 15:30 CHEGARIA AS TROPAS PARA OCUPAR A ROCINHA (vazamento de operaçoes propositais)

No início da tarde, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, afirmou que as Forças Armadas poderão chegar a qualquer momento à Rocinha. De acordo com o secretário, assim que as guarnições chegarem, os militares farão um cerco da favela e controlarão o trânsito, para liberar policiais para atuar em ações específicas - a expectativa é de que o Exército ajude a bloquear entradas e saídas, e não entre na favela.

Raul Jungmann:

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou, em entrevista coletiva após reunião com o presidente Michel Temer (PMDB), que um efetivo de 700 homens da polícia do Exército, que já está no Rio, seria deslocado para fazer um cerco na Rocinha. Na sequência, o ministro anunciou que o efetivo aumentou para 950 homens das três Forças (Marinha, Aeronáutica e Exército), além de dez blindados.

"Foi autorizado cerco na Rocinha para que se possa continuar o enfrentamento com criminosos", disse no Palácio do Planalto. "O Exército não substitui a polícia. Quem está na ponta são as polícias. Nós atuamos por demanda", ponderou. 

Segundo o ministro, o efetivo total de que a União dispõe no Comando Militar Leste é de 30 mil homens e que operacionalmente até 10 mil homens podem ser mobilizados de forma mais rápida caso haja necessidade.

"Trinta mil são todo efetivo que o Comando Militar Leste tem. Oficialmente, podemos deslocar 10 mil homens. Neste momento, por se tratar de uma demanda de urgência, você desloca com mais velocidade a polícia do Exército. Agora serão 700", explicou. "O contingente pode aumentar, mas depende da demanda. Quem estabelece isso é o centro integrado", afirmou, dizendo que a União e o Estado do Rio estão trabalhando de forma harmônica. 

Sexta 16h :Militares do Exército chegaram por volta das 16h desta sexta-feira, 22, na favela 

“Por que não mandaram toda essa gente no domingo? Agora todo mundo já se escondeu ou foi embora. Essa gente fardada aqui embaixo só serve pra televisão”, questionou os moradores. 

Verificou se estas autoridades de Estado procuravam muito mais a promoção midiática espetaculosa do que tentar realmente resolver o caso Lampião, digo o caso 157.

As 16:10h: a Polícia da Aeronáutica já estava lá. 

As 16:50h: chega a polícia do Exército e as 17:30 os Fuzileiros Navais. Não é segredo para ninguém, que sexta-feira é dia de "enforcar". Se não fossem os militares, as providências ficariam para a segunda-feira, no mínimo.

Nesta sexta-feira, depois de seis dias de confrontos, 950 homens das Forças Armadas ocuparam a Rocinha. Antes da chegada do Exercito os jornais internacionais já possuíam a aproximação do efetivo da tropa e houve Repercussão internacional The New York Times reproduziu reportagens das agências de notícias Reuters e Associated Press destacando que a violência cresceu em várias áreas do Rio durante a semana, levando as autoridades brasileiras a fechar estradas, escolas e a pedir a intervenção do Exército.

Na sexta-feira (22), as trocas de tiros levaram a polícia a fechar, por quatro horas, a autoestrada Lagoa-Barra, principal via de ligação entre as zonas sul e oeste da cidade, onde está sendo realizado o Rock in Rio.

Sábado (23): cerco realizado pelas Forças Armadas não interrompeu a troca de tiros na favela da Rocinha, zona sul do Rio, neste sábado (23). Disparos foram registrados na madrugada e no início da tarde na comunidade, que há uma semana é palco de conflito de traficantes.

Quatro homens foram presos pelas Forças Armadas na madrugada de sábado (23) ao tentar fugir da Rocinha fazendo um taxista como refém.

07 MORTOS : Os dois corpos carbonizados encontrados pela polícia seriam do grupo de Rogério.
11 PRESOS: No domingo, a pm2 da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha prenderam Emanuel Bezerra de Araújo, 19 anos, conhecido como Playboy. Ele foi capturado em um imóvel da Rua Paula Brito, em uma localidade conhecida como Dioneia, na Rocinha. Manuel é suspeito de integrar o bando de Rogério 157. foi verificado que havia contra ele dois mandados de prisão, sendo um por roubo e o outro, expedido no dia 20 de setembro, por tráfico de drogas, associação para o tráfico e formação de quadrilha. O Fato curioso foi que Playboy foi encaminhado para a 11ª DP (Rocinha). Lá foi verificado que o suspeito tinha um ferimento na mão, que de acordo com ele seria um tiro, dado pelo próprio Rogério 157 como forma de "castigo". 

A polícia indiciou 11 suspeitos de participar da invasão de domingo. Nesta sexta, um homem se entregou à Polícia Federal e foi levado para depor — Edson Antônio Fraga, o Dançarino, era alvo de três mandados de prisão. A atuação do Estado foi criticada pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) e pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

ROTAS DE FUGA:


TRILHAS QUE DAO ACESSO A VARIAS PARTES DA CIDADE. VAO ATE A FLORESTA DA TIJUCA PELA ZONA NORTE. O Parque Nacional da Tijuca é o principal ponto de referência da cidade, definindo os bairros da zona sul, norte e oeste da capital. Com 4.200 hectares, frequentemente sua área é usada como esconderijo e rota de fuga das quadrilhas de traficantes.

Confrontos, com três mortes, também ocorreram à tarde em locais do outro lado da Floresta da Tijuca, que circunda a Rocinha e é usada pelos bandidos como esconderijo e rota de fuga.

Na Tijuca, uma pessoa foi morta em confronto com a PM e outra, presa.

A IMPRENSA NOTICIOU QUE: 

O secretário de Segurança, Roberto Sá, declarou que o objetivo da polícia é fazer “prisões sem confronto”
A Polícia Civil também decidiu entrar com pedido no plantão judiciário de mandados coletivos de busca e apreensão para regiões da favela. O objetivo é que os policiais possam entrar em casas da Rocinha com respaldo judicial. 

A medida, que é criticada por órgãos de defesa dos direitos humanos, já foi utilizada na favela do Jacarezinho, zona norte, em agosto. 

O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, disse que a topografia da região e as armas pesadas dos criminosos dificultavam a ação policial, mas evitou demonstrar alarmismo.

“O Rio não está em guerra. O Rio tem uma situação de violência urbana difícil, como no resto do Brasil.” 

Na madrugada, um novo tiroteio já tinha sido ouvido na favela, após uma noite aparentemente tranquila e depois de o ministro da Defesa, Raul Jungmann, dizer que a favela estava “pacificada”. 

Depois, novos disparos ocorreram na comunidade por volta das 13h deste sábado (23). Os tiros, que aparentemente ocorriam na parte alta da Rocinha, duraram cerca de dez minutos, e obrigaram militares e jornalistas a se abrigarem na 11ª delegacia, que fica no pé da favela.

A Polícia Militar trocou tiros com suspeitos em pontos do Alto da Boa Vista, Tijuca e Santa Teresa. Nos dois primeiros casos, a Polícia Civil confirmou a suspeita de vínculo com os conflitos na Rocinha. O general Mauro Sinott Esta no comando da operação.

No Alto da Boa Vista, dois homens foram mortos e dois, presos, segundo a Polícia Civil. Foram apreendidos dois fuzis. Uma criança de 13 anos foi baleada e levada para o Hospital Souza Aguiar.

Repercussão internacional

O confronto entre traficantes e policiais militares no Rio de Janeiro foi destaque em diversos veículos da imprensa internacional. 

O jornal inglês The Guardian destaca em sua manchete sobre o assunto o retorno do Exército à maior favela do Rio em meio ao confronto. "Após quase uma semana de intensos tiroteios entre traficantes rivais e a polícia, o Exército do Brasil foi acionado para cercar a extensa favela da Rocinha no Rio de Janeiro".

Segundo relata o Guardian, "a violência agravou uma sensação de insegurança no Rio". O jornal destaca que o governo do Estado "está quebrado e tem atrasado os salários da polícia" e que "o ex-governador Sérgio Cabral está preso e acabou de receber uma sentença de 45 anos por corrupção, lavagem de dinheiro e agressões".

O diário argentino Clarín descreve a chegada dos 950 soldados à Rocinha enviados pelo Ministério da Defesa brasileiro. "Uma longa fila de soldados, transportando metralhadoras, rifles e granadas, moveu-se com os rostos cobertos pela entrada principal da comunidade da Rocinha", seguidos por jornalistas e fotógrafos.

"Embora pareça, não é uma cena de guerra produzida para um filme. Isso acontece na noite desta sexta-feira, 22 de setembro, a cerca de 500 metros de um dos bairros mais luxuosos do Rio de Janeiro: São Corrado", relata oClarín.

A versão brasileira do jornal espanhol El País afirma que o sexto dia de violentos confrontos na favela causa a interdição da principal via entre as zonas sul e oeste da capital fluminense. "Tiroteios semeiam caos e Exército tenta cercar Rocinha" destaca o El País no título da reportagem.

O jornal americano The New York Times reproduziu reportagens das agências de notícias Reuters e Associated Press destacando que a violência cresceu em várias áreas do Rio durante a semana, levando as autoridades brasileiras a fechar estradas, escolas e a pedir a intervenção do Exército.

"A violência na Rocinha é mais um sinal do retrocesso desde o lançamento de um programa de 'pacificação' em 2008 para reduzir a violência, pressionando traficantes de drogas e estabelecendo postos permanentes em mais de mil favelas da cidade", afirma texto da Reuters reproduzido pelo The New York Times.


Apreensão de fuzis e prisão de suspeitos

Na manhã deste sábado (23), a Polícia Militar informou a apreensão pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) de cinco fuzis. As armas foram apreendidas após criminosos em um táxi entrarem em confronto com os policiais. 

Por volta das 4h30.Homens: armados tentaram romper bloqueio do cerco estabelecido pelas Forças Armadas na comunidade, nas proximidades da rua General Olímpio Mourão Filho. O Exército prendeu cinco suspeitos que estavam no veículo, um Renault Symbol, e apreendeu um fuzil AK47 e quatro carregadores. 


Portanto a guerra entre facções dentro do aglomerado da Rocinha ou guerrilha urbana como prefere chamar os manuais de guerrilha nos trás analogia ao filme 13° Distrito, de Luc Besson onde uma área da cidade de Detroit marcada pela violência Urbana fez com que a prefeitura local praticamente abandonasse o aglomerado à própria sorte. Este abandono levou o fechamento das escolas. 

A diferença da ficção do filme 13° Distrito para os jornais desta semana é que a maioria da população são espécies de sobreviventes urbanos, reféns de um caos onde notoriamente o governo não sabe solucionar. Sendo assim, passou da hora de pararmos de viver num mundo de ficção e exibicionismo midiático com falsas soluções, onde as autoridades do governo procuravam muito mais a promoção midiática espetaculosa do que tentar realmente resolver o caso. Não restando outra opção se não uma intervenção militar.


Por Marcelo Maia - Consultor de Segurança

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